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Foto do escritorCarlos Tavares

Restaure a mobilidade das suas ancas para prevenir futuras dores lombares

Atualizado: 15 de mar. de 2022

Este artigo teve a co-autoria de Hugo Loureiro (Mestre em Exercício em Bem-Estar, Mentor do Projeto Hugo Loureiro Tailor Made Training, Fundador do Método Full Moves, Formador Internacional de Low Pressure Fitness (Hipopressivos))


Dor lombar e disfunção músculo-esquelética estão frequentemente interligados. O diagnóstico mais atribuído para a dor lombar é lombalgia não-específica. Este está, na maior parte dos casos, relacionado com o fato dos exames de imagem e as provas ortopédicas não indiciarem claramente a potencial causa dos sintomas. No modelo alopático, seguido pela medicina convencional, nem sempre é sugerida a busca da causa em zonas remotas à localização da sintomatologia, pelo que o tratamento assenta por diversas vezes nos sintomas em si e não na causa.


Desde há alguns anos que tem sido proposto o modelo da interdependência regional (Wainner et al., 2007; Sueki et al., 2013). Este modelo sugere que disfunções em zonas anatómicas remotas podem contribuir para, ou estar associadas, à queixa principal.

Entre vários exemplos, é apontado o envolvimento da coxofemoral (anca) na dor lombar. Algo que recorrentemente observamos na clínica é a redução substancial na mobilidade da anca em paciente que sofrem de dor lombar crónica. O maior impacto vai para a diminuição na rotação interna, a qual tem influência direta na flexão da anca, aumentando significativamente o stress mecânico na coluna lombar e na região de transição lombo-sagrada em movimentos de agachar, lunging e rotação do corpo (mudança de direção).


Stuart McGill (2015), um dos mais conceituados especialistas na coluna a nível mundial, apela para o restauro da função articular das ancas em fases mais avançadas do tratamento da dor lombar. Contudo, e segundo o autor, os exercícios de mobilidade não devem ser realizados nas fases precoces de um programa de tratamento. Uma vez reduzida a dor, e aumentada a resiliência à carga e ao movimento, o paciente deve tentar restaurar a mobilidade das ancas. Consulte o nosso artigo sobre o reforço da coluna lombar, em fases mais precoces do tratamento (Os “3 Grandes” Exercícios Não Negociáveis). Iremos, num futuro próximo, preparar um artigo complementar a este para reforçar o papel do controlo sobre o movimento da anca e o restabelecimento de padrões motores saudáveis, que a(o) vão ajudar a proteger a sua coluna lombar.


De momento, fique com esta proposta para mobilização da anca tridimensionalmente, com vista a restabelecer a flexibilidade desta articulação. Esta proposta é sugerida pelo especialista Hugo Loureiro (mentor do Projeto Tailor Made Training). É importante que adote esta proposta apenas numa fase mais avançada do seu tratamento, e depois de ganhar mais resiliência na sua coluna lombar. Deve evitar movimento excessivo da coluna lombar e ter a capacidade de manter o brace abdominal, enquanto movimenta a anca. Todos estes movimentos devem ser livres de dor, e realizados com velocidade controlada e intenção.



Referências bibliográficas:

  • McGill, S. (2015). Back Mechanic. The secrets to a healthy spine your doctor isn’t telling you. The step by step McGill Method to fix back pain. Backfitpro Inc.

  • Sueki et al. (2013). A regional interdependence model of musculoskeletal dysfunction: research, mechanisms, and clinical implications - Narrative Review. Journal of Manual and Manipulative Therapy, 21 (2): 90-102.

  • Wainner et al. (2007). Regional Interdependence: A Musculoskeletal Examination. Model Whose Time Has Come. J Orthop Sports Phys Ther, 37 (11): 658-660.


Seja ajustada(o) regularmente, e mova-se mais e melhor.

Esperamos tê-la(o) ajudado com esta informação. Caso necessite de ajuda não hesite em marcar uma consulta (Quiroativação). Não deixe que a sua coluna afete o seu bem-estar.


Aviso Legal:

A informação disponibilizada não representa uma prescrição. Deve consultar um profissional licenciado na área clínica antes de iniciar um programa de exercício e ser supervisionada(o) por um técnico de exercício físico ou terapeuta devidamente qualificado.

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